Pessoas com diabetes têm mais problemas bucais, daí a importância do intercâmbio entre médicos, dentistas e pacientes
Portadores de diabetes têm maior risco de desenvolver problemas bucais por vários fatores, entre eles o descontrole da glicemia e interferência na produção de saliva. “Por isso, são mais suscetíveis a infecções”, explica dra. Solange Travassos, vice-presidente da SBD, responsável por apoiar o novo Departamento de Saúde Bucal da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), criado este mês. Ela explica que o departamento foi criado para alertar médicos, pacientes e dentistas sobre essas intercorrências. “Com todo mundo sabendo dos riscos, é mais fácil tratar”, alerta.
A gengivite e a periodontite, estágio mais avançado da inflamação na gengiva, inclusive com perdas ósseas, são os problemas mais comuns entre os diabéticos. “As doenças periodontais podem alterar o nível glicêmico”, explica a cirurgiã-dentista Flavia Artese, que também vai integrar o novo departamento. Ela lembra que o diabetes atinge crianças, jovens e adultos, daí a importância de cuidar bem dos dentes.
De acordo com a SBD, muitos pacientes não informam seus dentistas quanto ao diabetes e isso acaba prejudicando alguns tratamentos, como implantes, por exemplo. Assim, a troca de informação entre os profissionais e os pacientes será benéfico para todos.
De acordo com dr Levimar Araújo, presidente da SBD, o novo departamento vai educar médicos, pacientes e dentistas. “Queremos um intercâmbio entre todos para que o paciente tenha o melhor tratamento, seja odontológico ou para normalizar a glicemia.”
O Brasil é o 5º país em incidência da doença no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. A estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões. Esses dados estão no Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF).
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GBR Comunicação
Rose Guirro – [email protected]