A evolução da Tecnologia no tratamento do Diabetes está fornecendo uma gama de possibilidades de monitoramento de glicose no corpo humano. Melhor ainda com a facilidade de o visor ser um relógio de pulso, simples e rápido de visualizar a glicemia em tempo real. Mas para isso precisamos entender exatamente como o relógio está apresentando aqueles dados. Quando o relógio apresenta os dados temos 2 possibilidades:
Sensor inserido no tecido subcutâneo, o qual envia dados para aplicativos que são ESPELHADOS no visor de um smartwatch (relógio multifuncional) que capta dados de glicose, via Bluetooth. Portanto, ele não lê realmente a glicose, apenas mostra dados que estão sendo recebidos de um outro dispositivo, como acontece em alguns sistemas automatizados de entrega de insulina, tais como ANDROID APS e Medtronic 780G.
Relógios ou outros dispositivos que prometem medir a glicose de forma NÃO INVASIVA. Ou seja, não tem nenhuma introdução de sensores ou qualquer tipo de picada na pele ou sob a pele. Atualmente, os métodos não invasivos de monitorização da glicemia em estudo são geralmente divididos em três categorias:
- métodos ópticos
- métodos de micro-ondas
- métodos eletroquímicos.
Entretanto, no que diz respeito ao status de pesquisas científicas, o valor medido ainda não tem muita correlação com o valor real da glicose no sangue e a faixa linear é estreita. Isso faz com que a correção subsequente do algoritmo seja necessária, tornando esse tipo de avaliação ainda duvidoso e sem real comprovação científica por estudos robustos, mesmo com muitos pacientes utilizando.
Alguns relógios sinalizam que a medida é por Radiofrequência, sendo que estudos mostram muitas interferências de acordo com temperatura corpórea, sudorese local, reação alérgica e outros fatores que poderiam reduzir a acurácia (exatidão) deste método e portanto, a segurança da pessoa com Diabetes.
Assim sendo, a SBD se posiciona informando que o uso de Relógios que medem a glicose de forma não invasiva, não são atualmente recomendados devido à falta estudos que demonstrem confiabilidade e, portanto, favorecem riscos ao usuário. Além disso, Anvisa e FDA não tem aprovação de aparelhos neste sentido.
Num futuro próximo, talvez esses métodos não invasivos de mensuração da glicose tornem-se viáveis para a utilização, pois a tecnologia avança e muitos estudos estão sendo realizados.
Fontes:
1-A Concise and Systematic Review on Non-Invasive Glucose
Monitoring for Potential Diabetes Management
Soumyasanta Laha, Aditi Rajput, Suvra S. Laha, and Rohan Jadhav
Department of Electrical and Computer Engineering, California State University,
Fresno, USA; Centre for Nano Science and Engineering (CeNSE), Indian Institute of Science, Bangalore 560012, India; Department of Public Health, California State University, Fresno, Fresno, CA 93740, USA
2-Non-Invasive Blood Glucose Monitoring Technology: A Review
Liu Tang, Shwu Jen Chang, Ching-Jung Chen and Jen-Tsai Liu Research Center for Materials Science and Opti-Electronic Technology, College of Materials Science and
Opti-Electronic Technology, University of Chinese Academy of Sciences, Beijing, China; Department of Biomedical Engineering, I-Shou University, Kaohsiung City 82445, Taiwan; Research Center for Materials Science and Opti-Electronic Technology, School of Opto-Electronic Technology, University of Chinese Academy of Sciences, Beijing, China
Escrito pelo Departamento de Tecnologia, Saúde Digital e Inovação da SBD em Fevereiro de 2024
Coordenadores: Dr Walter Minicucci e Dr Marcio Krakauer
Membros: Vanessa Araujo Montanari, Talita Trevisan, Laura Cudízio, Rodrigo Lamounier, Flavio Pirozzi, Edson Perrotti, Luciano Albuquerque e Fernando Malerbi