A nova diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes indica ainda que crianças com obesidade e sedentárias também devem fazer exames
A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) atualizou a diretriz para o rastreamento e diagnóstico do diabetes tipo 2. A principal mudança, de acordo com documento publicado pela entidade em março na revista Diabetology & Metabolic Syndrome, é a ampliação do público-alvo da triagem.
A principal mudança é a redução da idade inicial para rastreamento do diabetes na população. “O rastreamento era recomendado a partir dos 45 anos”, explica o presidente da SBD, dr. Ruy Lyra. Antes dessa idade, o exame era feito apenas em pessoas com fatores de risco, como obesidade e casos de diabetes na família, entre outros. “Agora, a indicação é iniciar a triagem a partir dos 35 anos, incluindo pessoas mais jovens que apresentem fatores de risco, como o excesso de peso, inclusive crianças e adolescentes, já que estamos vendo vários casos de DM2 nessa população.”
De acordo com a última edição do Atlas de Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), quase 45% dos adultos desconhecem que possuem a condição. No Brasil, de acordo com a SBD, esse número fica em aproximadamente 30%. Daí a importância do rastreamento precoce, já que muitos casos de pré-diabetes e diabetes serão identificados e essas pessoas poderão receber tratamento adequado, evitando, assim, complicações como problemas cardíacos e renais, cegueira e neuropatias nos membros inferiores, entre outras.
O aumento dos casos de diabetes tipo 2 vêm crescendo em todo o mundo, inclusive entre crianças e adolescentes, por causa do alto consumo de produtos ultraprocessados e pouco exercício físico. Diante disso, a nova diretriz recomenda que crianças a partir dos 10 anos também sejam testadas, em especial aquelas com excesso de peso, que fazem poucas atividades físicas e que tenham histórico familiar com a doença.
Outras recomendações da nova diretriz definem que pessoas com exames normais e baixo risco devem repetir a triagem a cada três anos. Quem tem pré-diabetes ou múltiplos fatores de risco deve ser reavaliado todo ano. Outra mudança importante é que o teste de tolerância por via oral, com uma hora de duração, seja o método preferencial para detectar o diabetes e o pré-diabetes.
Artigo sobre novas diretrizes: https://dmsjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13098-024-01572-w
Atlas da Federação Internacional de Diabetes
https://diabetesatlas.org/
Mais informações:
GBR Comunicação
Rose Guireo – [email protected]