Sessão especial sobre diabetes no Senado defende equidade de tratamento para todos

Objetivo do evento foi conscientizar parlamentares sobre a importância do diagnóstico precoce e acesso medicamentos e insumos

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) foi responsável por momentos de muita emoção na sessão especial do Senado na sexta-feira, dia 11 de novembro. A sessão faz parte da campanha de conscientização do diabetes dentro das comemorações do Novembro Diabetes Azul.

Presidida pela senadora Leila Barros (PDT-DF), ex-jogadora de vôlei, representantes da SBD falaram sobre diversos temas ligados à educação. Dr Levimar Araújo, presidente da SBD, que fez o discurso de encerramento, enfatizou a importância dos quatro pilares para o controle do diabetes: medicamento, alimentação, atividade física e educação. “Todos os brasileiros merecem ter condições iguais para o enfrentamento da doença”, disse. “Esses pilares devem ser a base de todos os esforços para o controle do diabetes.” Dr Levimar sugeriu que a data seja comemorada no Congresso todos os anos no mês de novembro, além de colocar a SBD à disposição para contribuir nos projetos sobre a doença.

Dra Karla Melo, do Departamento de Saúde Pública, destacou que os gastos devem ser feitos prioritariamente em educação, o que evitará gastos com tratamentos no futuro. “Precisamos dar acesso a todos a novos medicamentos”, afirmou, lembrando que o diabetes atinge 17 milhões de pessoas.

O acesso à educação é o grande desafio, de acordo com Dra. Dhianah Santini, do Departamento de Educação. “A educação, que leva ao diagnóstico precoce e ao tratamento correto, é essencial para evitar danos aos portadores do diabetes.”

Ao citar os principais problemas causados por diabetes, como amputações de membros inferiores, problemas cardíacos, falência dos rins e a perda da visão, Dr. Márcio Krakauer, coordenador de Saúde Digital, Telemedicina e Inovação em Diabetes na SBD, explicou a importância das novas tecnologias, seja para o desenvolvimento de medicamentos ou para o diagnóstico. “Imagine que, com a telemedicina, um paciente do sertão nordestino pode ser examinado por especialistas dos grandes centros”, disse, exemplificando com o uso de equipamento para detectar a retinopatia, enfermidade que pode causar cegueira em pessoas com diabetes. “Esse equipamento, que faz uso da Inteligência Artificial, pode ser usado a distância.”

Ainda falando sobre visão, a vice-presidente da SBD, Dra. Solange Travassos, lembrou que entre os adolescentes de 13 a 19 anos portadores de Diabetes tipo 1 (DM1) tratados em Centros de Referência, 20% têm complicações oculares e 8% já têm a visão afetada. “Precisamos mudar isso, precisamos cuidar das crianças e adolescentes.”

Também participou da sessão especial a presidente da Associação de Diabetes Juvenil, Lucia Helena Xavier. Ela enfatizou a importância do diagnóstico precoce, explicando que, a cada 3 portadores de DM1, um morre antes dos 55 anos. “É uma realidade triste que precisamos mudar.”

A senadora Leila Barros encerrou a sessão explicando que mudou seu conceito sobre a doença, que a partir de agora vai lutar pelo direito das pessoas com diabetes, como celeridade nas aprovações de projetos e resoluções que beneficiem essas pessoas. A sessão foi possível graças aos esforços dos senadores Alexandre Silveira (PSD/MG), Eduardo Gomes (PL/TO), Jean Paul Prates (PT/RN), Marcelo Castro (MDB/PI), Marcos do Val (PODEMOS/ES) e Paulo Rocha (PT/PA).